sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Rural Willys-Overland F-85 Militar

História e Desenvolvimento. 


A origem da Willys remete ao ano de 1903, quando foi produzido o primeiro furgão de entregas da marca Overland, em Indiana nos Estados Unidos. Em 1907 a empresa foi adquirida por John North Willys, um empreendedor, comerciante e fabricante de bicicletas. Dois anos mais tarde, a empresa passava a se chamar Willys Overland, e após sucessivas, fusões e crises chegaria aos anos 1930 com o lançamento de um carro leve o modelo 77, veículo que este que deu folego para a empresar se manter viva. Em 1940, depois de vencer a concorrência pública do governo americano para produzir um veículo militar leve com tração 4X4, a Willys logo se tornaria sinônimo de Jeep, cujo sucesso tanto no front como no mercado civil dispensa maiores apresentações, recebendo assim os recursos necessários para o investimento em novos produtos.

No Brasil, desde a década de 1920 a marca estava representada por importadores independentes, e depois do fim da Segunda Guerra Mundial destacaram-se empresas como a Jeepsa e a Agromotor em São Paulo e a Gastal no Rio de Janeiro. A  Willys Overland do Brasil foi fundada em 1952, com sua planta fabril localizada na cidade de São Bernardo do Campo – SP. A montagem do Jeep Universal importado começou no Brasil em 1954, e teve sua produção local se iniciando dois anos depois dentro do Plano de Manufatura do Governo Federal. A produção do motor nacional BF-161 foi iniciada no ano de 1958 a partir de componentes fundidos na fábrica de Taubaté. 
Logo após a Segunda Guerra Mundial, em 1946 a empresa apresentava ao mercado sua perua desenvolvida como um desdobramento do Jeep CJ-2A, do qual emprestava toda a mecânica, incluindo o motor de 4 cilindros de 2,2 litros e 64 cv, a transmissão de 3 marchas e a imbatível tração 4X4, dispunha de uma carroceria muito superior a do Jeep, tanto em dimensões quanto em comodidade, com teto rígido, amplo espaço interno, boas acomodações para 6 ocupantes e superior isolamento termo acústico. Ademais, tinha um estilo atrativo e de grande personalidade, diferente de tudo que havia no mercado. Em 1950 o motor Go Devil de válvulas no bloco deu lugar ao novo Hurricane de mesmo deslocamento, mas com válvulas de admissão no cabeçote, permitindo uma melhoria no desempenho global.

Lançada no Brasil em 1957, a Rural foi o segundo produto da Willys no pais, e um dos poucos da primeira onda de nacionalização da então jovem indústria automobilística brasileira. A Rural foi renovada para a temporada de 1960, com uma reestilização exclusiva para o mercado brasileiro. Faziam parte do novo pacote a nova frente com para-lamas envolventes, capô mais baixo e nova grade do radiador dividida em forma trapezoidal. O visual se tornava mais leve também graças ao para-brisa em uma peça única, em lugar do antigo esquema duplo em “V”. Mecanicamente, a Rural brasileira tinha os mesmos componentes do Jeep, começando pelo motor BF-161 de 2.638 cm3 e 91 cv. Com 6 cilindros em linha, válvulas de admissão no cabeçote e escape no bloco (arranjo em “F”), o propulsor era conectado a uma transmissão de 3 velocidades e uma caixa de transferência reduzida, a tração 4X4 operava em tempo parcial. Em 1959 a Willys introduziu uma versão 4X2 da Rural.

No começo da década de 1960, a Willys era uma das grandes montadoras no País, com uma engenharia forte e dinâmica, sempre imprimindo melhorias em seus produtos, como exemplo deste processo podemos citar a inclusão de 12 volts que aposentava o anterior de 6 volts. Depois de 1967 o ano em que foi formalizada a aquisição do controle da Willys-Overland pela Ford brasileira, os refinamentos continuariam a ser implementados, motivados por padronizações, reduções de cust e também pelos rígidos processos de aprovação (sign-off) da engenharia da adquirente. Para os usuários que exigiam mais desempenho, em 1968 a Rural passou a contar com dois motores opcionais o 2600 de 112 cv, e o 3000 com 134cv, visando assim competir com a Veraneio da Chevrolet.
Apesar do grande sucesso em vendas o Brasil e o mundo viviam o impacto da crise do petróleo iniciada em 1973. Da noite para o dia, o preço dos combustíveis disparou e o público começou a considerar a economia de gasolina como fator primordial na hora da compra de um carro novo. Mesmo com um enorme número de clientes fiéis e prelo atraente, a Rural revelava a exaustão nas vendas, a partir da segunda metade daquela década. Com isso a Ford decidiu encerrar a produção da Rural no início de 1977, nesta ocasião, somavam-se mais de 182 mil exemplares comercializados em vinte anos de produzidos no Brasil.

Emprego no Brasil. 

No início da década de 1960, a Willys Overland do Brasil (WOB) já estava consolidada como a principal montadora de automóveis brasileira. Além disso, gozava da confiança dos militares ao fornecer aos mesmos, principalmente ao Exército, os Jeeps 1/4 Ton CJ-5. Ao lançar a Rural reestilizada em 1960 e posteriormente a Pick-up Willys, despertou-se um especial interesse por esta última por parte do comando do exército em adquiri-las para substituírem as antigas Dodge WC recebidas dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial e cujas peças de reposição eram cada dia mais difíceis de se encontrar no mercado devido a sua obsolescência Além do mais, a nova Pick-up da Willys podia desempenhar muitas funções e ainda contribuir para a nacionalização da frota.

Testes começaram a ser realizados pela fábrica em conjunto com o Exército e após as modificações necessárias à militarização do modelo, o mesmo entrou em operação em fins de 1961. O novo veículo foi denominado Camioneta Militar Jeep Willys 3/4 ton 4x4. Um fato curioso é que esse modelo foi o primeiro veículo militar brasileiro exportado, quando as primeiras 150 unidades foram entregues ao governo Português em 1962, para equipar unidades de paraquedistas e usados em missões nas colônias portuguesas da época, como Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné, São Tomé e Timor. 
A pick-up da Willys, derivada do sedan Rural, teve várias funções. Algumas unidades foram equipadas com suporte de metralhadora 12,7 e 7,62mm, canhão 0,50mm sem recuo e outros modelos foram usados para transporte e disparo de foguetes, sendo estes denominados de M-106.O Exército Brasileiro também utilizou outras versões derivadas da pick-up civil, como cabine dupla, ambulância e furgão, mas isso é assunto para outro post. A camioneta militar era equipada com o motor Willys BF-161 6 cilindros a gasolina e 2.600cc, algumas unidades foram equipadas com o motor 3.000 cc a partir de 1967 e a partir de 1975 vinha equipada com o motor Ford OHC 4 cilndros 2.300 cc. A caixa de câmbio era de 3 marchas, com a 1ª seca até 1965. Em 1964, algumas unidades chegaram a ser equipadas com o motor diesel Perkins 4 cilindros, mas o mesmo não obteve êxito pois era inadequado ao câmbio original, que por seu torque elevado quebrava demais. O painel das camionetas militares era diferente, semelhantes ao Jeep, o teto de aço foi removido, foi instalado o quadro de para-brisas semelhante ao Jeep militar, novas portas, bancos, alavanca de marchas e tração no assoalho.

As principais modificações implementadas referiam se ao chassi e para-choques reforçados, com e sem guincho mecânico marca Ramsey (opcional), ganchos dianteiros, grade de proteção dos faróis, farol de aproximação instalado sobre o paralamas dianteiro esquerdo, remoção das portas, teto e para-brisas originais, pneus 750x16, chave militar de iluminação de 3 estágios, para-choques militares tipo "meia lua" na traseira, duas lanternas militares traseiras, duas anilhas traseiras, gancho G militar para reboque, tomada elétrica para reboque militar, seis refletores na caçamba, capota militar de lona, bancos de madeira na caçamba na versão de transporte, bancos dianteiros individuais revestidos em lona, pá e machado militar fixados atrás dos bancos na cabine, aros de roda 2 polegadas mais largos.
A denominação da pick-up militar Willys foi alterada em 1969 quando a Ford do Brasil, que já havia adquirido a WOB em 1967, adotou a marca Ford para todos os seus produtos (antes era Ford-Willys). A nova nomenclatura do modelo passou a ser Camioneta Militar 3/4 ton 4x4 Ford F-85. Apesar das denominações, o modelo recebeu um engraçado apelido, pelo qual muitos só conhecem o veículo por ele: "Cachorro Louco". Ninguém ao certo sabe a origem deste apelido, mas existe a versão de que ao entrar pela primeira vez em um quartel paulista, um Sargento, surpreso, teria dito " parece um cachorro louco", talvez pela sua silhueta baixa e reta quando o quadro do para-brisas está abaixado. Algumas unidades ainda estão na ativa no Exército. Outro nome popular para o modelo era Jipão Militar 3/4 ton.

Este modelo militarizado da Willys e posteriormente Ford, foi de significativa importância para o desenvolvimento da moto-mecanização militar brasileira e serve de exemplo para os dias atuais, na tentativa de ajudar a diminuirmos a dependência externa na área de veículos militares. Exemplo inclusive seguido, com méritos, pelas extintas Engesa e Gurgel, e agora pela Agrale.

Ford - Kaiser M-151A1/C Mutt no Brasil

História e Desenvolvimento.


Em fins da década de 1940 o exército americano estava equipado em quase que sua totalidade com os jeeps  M-38 e M-38A1, dentro de plano de renovação de meios das forças armadas norte americanas o departamento de Comando da Força Automotriz e tanques do Exército (U.S. Army's Ordnance Tank Automotive), lançou no mercado uma concorrência entre as empresas automotivas americanas para o desenvolvimento de um novo veículo utilitário de 1/4 Ton com tração nas 4 rodas, devendo o mesmo manter os mesmos parâmetros de ótima relação de custo benefício operacional a exemplo de seus antecessores.

Ao todo, sete empresas fabricantes de carros e caminhões apresentaram suas propostas, tendo sido escolhido em maio de 1951 pelo U.S. Army's Ordnance Tank Automotive o projeto desenvolvido pela Ford Motors Co. Embora este novo utilitário tenha mantido o mesmo lay básico e as dimensões de predecessores, seu desing final era completamente novo, pois ao contrário dos projetos de jipe anteriores, cuja estrutura consistiu em uma cuba de aço aparafusada em uma estrutura de aço separada, o agora designado M151 empregava um novo conceito de quadro integrado, combinando os trilhos da estrutura no chassi do veículo composto por chapas soldadas. A adoção deste sistema em substituição ao quadro separado concebeu ao M-151 uma distância maior do solo, baixando assim o centro de gravidade, este processo ocasionou em um pequeno aumento no comprimento, tornando o também mais confortável, outra melhoria resultante foi implementada na suspensão, através da eliminação dos eixos rígidos dianteiros e traseiros, lhe permitindo viagens em alta velocidade em terrenos acidentados.
A produção em larga escala industrial teve início em junho de 1959, seu emprego inicial nas unidades militares principalmente na Guerra do Vietnã, logo demonstraria a tendência a instabilidade quando empregado em altas velocidades podendo provocar acidentes, como medida paliativa os motoristas militares costumavam colocar uma caixa de munição cheia de areia debaixo do banco traseiro quando nenhuma outra carga estava sendo carregada. A documentação destes acidentes em operação viria a gerar uma não conformidade junto aos órgãos americanos federais para a regulamentação de segurança rodoviária para veículos civis. Este limitante impediria a comercialização do M151 no mercado civil, não só de unidades novas, mas também posteriormente a entusiastas e colecionadores militares.

No anseio de eliminar esta falha original do projeto, engenheiros Ford Motors redesenharam o sistema de suspensão, empregando o sistema semi-trailing arm suspension, nascendo assim em 1970 a versão M151A2, neste cenário visando ampliar a produção para as demandas emergenciais o Comando do Exércitos dos Estados unidos concedeu as empresas Kaiser Motors e à AM General Corp encomendas para produção sob licença da Ford. A versão A2 podia ser destinguida pela combinação do posicionamento das luzes de direção o que levaram a alteração no formato dos para lamas. A exemplo do  M151,  a nova versão seria a base para a criação de variantes especializadas como a ambulância M718A1, porta canhao sem recuo M825, versão de ataque rápido aerotransportado  M151A2 FAV e a versão anti tanque equipadas com misseis M151A2 TOW. O Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha dos Estados Unidos se tornaria o segundo maior operador da família, iniciando suas primeiras aquisições em 1971 com versões customizadas para esta força como Marine FAV Mk I e MKII "Super Jeep, Airborne Marine FAV, MRC108 e M1051 dedicada a combate a incêndios. 
Até meados da década de 1980 a família M151 foi responsável pelo sustentáculo das forças americanas no segmento de utilitários de 1/4 Ton com tração 4X4, neste momento eles começaram a ser substituídos pelos primeiros modelos do AM General Humvee. Este movimento gerou um grande estoque de unidades excedentes que começaram a ser fornecidas a nações amigas nos termos do Foreign Military Sales (FMS), sendo empregados pela Argélia, Argentina, Bolivia, Bahrein, Camarões, Canadá, Chile, Colômbia, República Democrática do Congo, Dinamarca, Egito, El Salvador, Etiópia, França, Gana, Grécia, Honduras, Guatemala, Indonésia, Israel, Jordania, Kuwait, Luxemburgo, México, Marrocos, Paquistão, Panamá, Portugal, Peru, Filipinas, Portugal, Arábia Saudita, Coreia do Sul, Espanha, Reino Unido, Vietnã do Sul, Iêmen, Zaire e Líbia. Sua produção foi encerrada em fins de 1982 pelas três empresas, atingindo aproximadamente 100.000 unidades entregues.

Emprego no Brasil.

Em meados da década de 1960 o Exército Brasileiro ainda dispunha em suas fileiras de centenas de Jeeps Willys e Ford, e começava a receber as primeiras unidades de modelos mais novos como os M-38 americanos oriundos dos estoques do US Army e os primeiros nacionais CJ-2A militarizados. No contexto da realidade das forças armadas sul americanas, podemos considerar que nosso exército estava bem equipado em termos de quantidade e modelos de utilitários 4X4 na faixa de 1/4 Ton, este fato aliado ao esforços de incentivo a indústria automotiva nacional, inviabilizava qualquer aquisição de veículos especializados militares americanos.

Em 1961, após um período de instabilidade política depois do assassinato do ditador dominicano Rafael Trujillo em 1961, o candidato Juan Bosch, um fundador do Partido Revolucionário Dominicano (PRD), foi eleito presidente em dezembro de 1962. Suas políticas inclinadas a esquerda, incluindo a redistribuição de terras e a nacionalização de certas explorações estrangeiras, levaram a um golpe militar sete meses mais tarde por uma facção militar de direita liderada pelo General Elías Wessin, que também controlava o Centro de Entrenamiento de las Fuerzas Armadas, um grupo de infantaria de elite com cerca de 2000 altamente treinados. Era quase uma organização independente, criada inicialmente por Ramfis Trujillo, filho do ex-ditador, para proteger o governo e assegurar a Guarda Nacional, a Marinha e a Força Aérea, esta organização transferiria o poder a um triunvirato civil, onde seus líderes rapidamente aboliram a Constituição, declarando-a "inexistente". 

Em 24 de abril de 1965, um grupo de jovens oficiais nas forças armadas, liderado pelo coronel Francisco Caamaño, rebelou-se contra o triunvirato. Os rebeldes pró-Bosch, conhecidos como "Constitucionalistas", estes distribuíram armas à população, criando assim um clima de guerra civil, sobre a ótica de um possível agravamento da crise, o governo americano iniciou os preparativos para a evacuação dos seus cidadãos e de outros estrangeiros que poderiam desejar deixar a República Dominicana. O avançar dos rebeldes poderia levar a criação de "uma segunda Cuba", desta maneira o oresidente Lyndon Johnson ordenou forças para restaurar a ordem, alegando como razão oficial para a intervenção a necessidade de proteger a vida dos estrangeiros, uma invasão foi lançada pelos Marines e elementos da 82ª Divisão Aerotransportada. Os Estados Unidos juntamente com a Organização dos Estados Americanos (OEA) formaram uma força militar para ajudar na República Dominicana. Posteriormente, a Força Interamericana de Paz (IAPF) foi formalmente criada em 23 de maio. Contando também com participação de militares  do Brasil, Honduras, Paraguai, Nicarágua, Costa Rica e El Salvador.

Os Estados Unidos ficariam encarregados de prover em termos de suprimento e equipamento as nações participantes da Força Interamericana de Paz, neste pacote estava incluindo o fornecimento ao Exército Brasileiro de 88 unidades das versões, M151A1, M151A1C (equipado com canhão sem recuou e M-718 (ambulância), estes veículos foram entregues as tropas brasileiras, quando do desembarque do primeiro contingente no país caribenho em 25 de maio de 1965. Durante um ano os jeeps da família M151 Mutt participaram ativamente de todas as missões realizadas pelos 4 mil soldados brasileiros que atuaram em turnos junto a tarefas de pacificação na República Dominicana. Com o fim de intervenção da Força Interamericana de Paz (IAPF)  em 21 de setembro de 1966, estes veículos foram doados ao Brasil e  transportados por navios da marinha, juntamente com os efetivos do último contingente do exército. 
Salientamos que o emprego da família M151 Mutt na Republica Dominicana, não foi o primeiro contato do exército com este tipo de carro, pois diversos deles foram empregado pelas tropas brasileiras também quando da participação da Força de Emergência das Nações Unidas (UNEF I), em operação no Egito, ao longo do Canal de Suez.

Após o recebimento e revisão os M151A1, M151A1C e M-718 foram distribuídos a diversas unidades de infantaria motorizada, o bom desempenho do modelo superior aos modelos em uso, lhe conferiram lugar de destaque junto as unidades, o confiável canhão sem recuo modelo M-40A1 de 106 mm que equipava o M151A1C, lhe proporcionava bom poder de fogo e agilidade em terrenos desfavoráveis, provando suas qualidades off road.Em fins de sua carreira já da década de 1990 , as unidades remanescentes foram concentrados no 24º Batalhão de Infantaria Motorizado (BIM) no Rio de Janeiro, apesar se mostrarem ainda confiáveis e com muitos anos de serviço pela frente, o exército encontrava dificuldade no cadeia de peças de reposição do modelo, optando assim pela desativação do mesmo no ano de 2004, sendo substituído por novos modelos Land Rover e Agrale.

Jeep Ford & Willys by Leand & Lease Act

História e Desenvolvimento.

No final da década de 1920 o comando do Exército Norte Americano estava imbuído em grande processo de motomecanização, e uma das primícias básicas seria o desenvolvimento de um veículo leve, com capacidade de superar terrenos difíceis com obstáculos, e com capacidade para levar alguns homens e armamentos. Este conceito veicular seria projetado em 1932 pelo Coronel R.G Howie, da 7th Tank Company no Forte Smelling Minn, o primeiro protótipo foi construído em 1937 pelas oficinas do Forte Sam Hous Ton Texas, que após testes práticos viria a evoluir para um pré lote em serie no ano de 1940 com 70 unidades sendo produzidas pela Bantan Car Company of Butler que foram entregues o Quartel General do Departamento Exército em Holabird em Baltimore.

Satisfeitos com as perspectivas positivas da operação deste novo veículo, o Exército Norte Americano abriu uma grande concorrência para a produção em massa de um veículo leve 4X4, sendo convidadas 135 empresas para participar deste projeto, porem uma das premissas básicas era o caráter de urgência onde se exigia um prazo de apenas 49 dias para que fossem apresentados protótipos funcionais para testes, destas somente aceitaram o desafio a Ford Motor Company, American Bantam (que foi a única que apresentou um protótipo real dentro do prazo pré-estabelecido) e Willys-Overland. No final das contas, o exército resolveu então pelas três empresas, mas aproveitando o design da American Bantam.
No início, o projeto tinha como nome GP, que significava General Purpose Vehicle, ou veículo para uso geral. As pessoas chamavam o carro pelo acrônimo GP (em inglês), que soava como "jeep". Outro fator curioso também ajudou a popularizar este nome. A palavra "jeep" era a única pronunciada por um personagem de quadrinhos da década de 30 chamado Eugene, que era o bicho de estimação de Olívia Palito, namorada o marinheiro Popeye. Eugene tinha poderes superiores, tais como caminhar pelas paredes e tetos. Graças a popularidade de Eugene alguns soldados começaram a chamar seus veículos de JEEP em alusão a seus poderes.

O primeiro protótipo foi o Bantan BRC cuja traseira é semelhante às traseiras do Jeep Willys e do Jeep Ford, mas a frente é arredondada, bem de acordo com o design típico do final dos anos da década de 1930, e foi empregado em extensivos testes de campos em Holabird  entre 27 de setembro a 16 de outubro de 1940 sendo observado de perto pelos engenheiros da Ford e da Willys, o resultado deste processo originaria o modelo BRC 60, a necessidade de se dotar as forças armadas americana geraria uma urgência na aprovação do processo, disparando um contrato inicial de 1.500 unidades, com a produção se iniciando pela Bantam em 31 de março de 1941, o próximo contrato previa 16.000 unidades e foi entregue a Willys , e os subsequentes a Ford. Durante a Segunda Guerra Mundial, Willys produziu 363,000 Jeeps e Ford cerca de 280,000. Aproximadamente 51.000 foram exportados para a União Soviética sob o programa Lend-Lease.
Está na mente coletiva que o primeiro Jeep foi o Willys MB ou simplesmente "42" (de 1942), mas isso é um erro. Antes dele, outros modelos de Jeep foram enviados para as frentes de combate, como o Willys Quad, o Bantan BRC 40, o Willys MA e o Ford GP ou Pigmy. O veículo da Ford era denominado "GP" e pode ser confundido com a origem da denominação Jeep. Segundo a Chrysler do Brasil, o nome Jeep deve-se ao personagem de histórias em quadrinhos chamado "Jeep". Em 16 de março de 1936 a personagem conhecido pelo nome de Eugene the Jeep foi criada pelo cartunista E. C. Segar para fazer companhia ao Popeye. O termo "Hey, he's a real Jeep!" ou "Ei, ele é um verdadeiro Jeep!" Era constantemente empregado para pessoas que demonstravam uma capacidade superior. A ligação entre o nome Jeep e a tração 4x4 é creditado ao piloto de teste da Willys, Irvin Hausmann, que escolheu o nome para o seu veículo em 1940 durante testes para o exército americano. 

No pôs guerra o modelo continuou em produção pela Willys, pois a Ford foi judicialmente impedida de fazer uso da marca Jeep, desta maneira o novo modelo designado M-38 (MC) entrou em produção em 1950 sendo descontinuado somente em 1964 após 167.345 unidades fabricadas. Os carros construídos durante a Segunda Guerra Mundial permaneceram em uso em diversas forças armadas no mundo até fins do século XX.

Emprego no Brasil.

A adesão do Brasil ao esforço aliado na Segunda Guerra Mundial proporcionou a adesão ao Programa Leand & Lease Act (Lei de Empréstimos e Arrendamentos), gerando o recebimento de inúmeros veículos motorizados modernos entre eles .1.985  Jeeps 4X4 (não existem registros sobre a quantidade de modelos da Ford, Bantam e Willys), o advento do recebimentos destes carros em muito contribuiu no processo de moto mecanização em larga escala no Exército Brasileiro, muito por ser um veículo de desempenho inédito com qualidades práticas que nenhum outro veículo apresentava.

Os primeiros carros começaram a ser recebidos no Brasil em 1942 e mesclavam veículos novos e usados e existem relatos de alguns raríssimos Willys MA (sem registro) e "Slatt Grill" ("grade de grelha"), raríssimos Ford GP (sem registro) e Bantam BRC-40 (ao menos um exemplar existente), todos estes fabricados em 1941, estarem entre as primeiras unidades que chegaram ao Brasil. Estes modelos da fase de pré-produção, foram enviados para muitos países aliados nos termos do Leand & Lease (Inglaterra, Rússia, China, Brasil).

Do lote inicialmente destinado ao Brasil, 655 unidades foram destinadas a equipar as unidades pertencentes a Força Expedicionária Brasileira e também as duas unidades da Força Aera Brasileira e foram entregues na Itália sendo retiradas do estoque do 5º Exército Norte-Americano, algumas das viaturas recebidas eram “veteranas de guerra”, pois haviam sido utilizadas nas campanhas da Sicília e Norte da África. Um dos principais motivos para a FEB receber algumas viaturas já utilizadas, era a necessidade de remanejamento de material para a operação Overlord no Norte da França (Dia D).As viaturas recebidas eram de número inferior às necessidades de nossa tropa, e nossos motoristas, após um breve treinamento de direção já em solo italiano, cuidavam delas com muito carinho, como se fossem verdadeiras “damas”. Prova disso, é que todas possuíam nomes pintados em sua lataria, alguns fazendo referência às “pessoas amadas” que ficaram no Brasil. Podemos citar, como exemplo, o Jeep FEB 330 que recebeu o nome DELOURDES e o Jeep FEB 310 com nome de MACACA. Até o Jeep do Gen Mascarenhas atendia pelo nome de LILIANA, homenagem do Cmt da FEB à sua filha.
Uma curiosidade eram as chaves de ignição das viaturas, soldadas aos painéis para evitar o risco de perdê-las. Outra curiosidade importante, era que nossas viaturas não possuíam uma numeração catalogada pelo Exército Brasileiro (conhecida por nós pelo “EB” da Viatura) e sim catalogada pelo Exército Americano, o que de certa maneira, dificultava um pouco o controle do material por parte dos escalões responsáveis da FEB. Por outro lado, facilitava em muito o lado das pracinhas brasileiras, que conseguiam repor rapidamente as viaturas perdidas em combate. Os americanos, em algumas missões, deixavam suas viaturas encostadas, camufladas e sem ninguém para tomar conta delas; bastava passar por aquele local uma patrulha brasileira que, ao observar a viatura americana sem sentinela para vigiá-la, a “pegava emprestada”, já que a chave de ignição estava no painel.

Das unidades recebidas no teatro de operações italiano, total 09 estavam configurados na versão de ambulância transportando feridos até os hospitais de campanha com muito boa eficiência, no Batalhão de Saúde, junto a outros tipos de veículos. Nas demais unidades da FEB, junto ao destacamento de saúde, existiram jipes ambulâncias, na maioria das vezes apenas um por unidade. Muitos veículos militares podiam ser convertidos em transportes de pacientes com ligeira modificação ou não da estrutura, mas a viatura Jipe de 1/4 tonelada e seu reboque faziam parte do equipamento padronizado das seções do batalhão de saúde e de muitas outras unidades do Exército norte-americano e seus aliados. Quase sempre estavam ao alcance e eram adaptados facilmente para transportar feridos ou doentes.

Diversas montagens foram elaboradas para a versão do Jipe Ambulância, como a de poder levar dois pacientes sem alterar o veículo original, colocando uma padiola atravessada na parte detrás da viatura com os punhos assentados nas laterais do veículo, e a segunda ao longo do lado direito do veículo com seus punhos apoiados na primeira padiola e no para-brisa deitado. 
Após o termino do conflito os Jeeps da FEB foram despachados ao Brasil sendo distribuídas as diversas unidades operacionais, ao longo da década de 1950 mais unidades usadas seriam adquiridas como excedente de fabricação americana ("war surpluss"), se mantendo em operação em larga escala té meados da década de 1960 quando começaram o ser substituídos por novas versões do M-38 e CJ-2A militarizado, muitos carros se mantiveram em operação como veículos cerimoniais até fins do século XX

Dodge WC-56 e WC-57 Command Car

História e Desenvolvimento.

Fundada em 1914 a Dodge Motors Company, iniciou a produção de carros de passeio ganhando grande notoriedade de marca no mercado norte americano, este sucesso permitiu a empresa a iniciar esforços para o desenvolvimento de veiculo utilitários leves, sendo os primeiros modelos baseados nas plataformas dos veículos comercias de passageiros, novamente o este série obteve excelentes resultados comerciais, oque geraria o financiamento necessário para no inicio da década de 1930  o projeto e a produção de seus primeiros protótipos de caminhões militares dedicados.

Em 1939,  nascia o modelo de meia tonelada 4X4 denominado série VC, que conquistaria os primeiros contratos, liberando a produção em série em larga escala em novembro do ano de 1940, visando assim atender a demanda das forças armadas americanas empenhadas em um amplo processo de reequipamento. Logo após o inicio da Segunda Guerra Mundial o modelo teve sua designação alterada para WC, com  letra “ W “ para representar o ano do início da produção (1941) e C para classificação de meia tonelada, sendo que  código C, posteriormente foi mantido para a tonelada ¾ e 1 ½ tonelada 6×6, o primeiro modelo desta familia seria representado pela versão G-505 WC ½ tonelada
Os caminhões WC ½ tonelada substituíram os caminhões 1940 VC-1 e VC-6 ½ton Dodge que também faziam parte da série G505. 79.771 dos caminhões de ½ tonelada foram produzidos no final de 1940-1942 sob contratos do Departamento de Guerra. Os modelos de WC 1 a 50 faziam parte da faixa de 1/2 tonelada e eram intercambiáveis ​​a 80% em peças de serviço com os modelos de 3/4 toneladas posteriores.A família de veículos WC , atingiu a impressionante cifra de 38 variantes, entre elas, transporte de tropas, carga, ambulância, comando , estação móvel de comunicações, canhoneiro , oficina, reconhecimento, entre outros. Um ponto importante a citar era o índice de 80% de intercambialidade entre as peças de reposição de todas as versões, facilitando em muito a logística de suprimento nos diversos fronts de batalha da Segunda Guerra Mundial. Este fator aliado a enorme resistência em campo e custo benefício, proporcionaram a construção de aproximadamente 535.000 unidades de todos os modelos, durante o período do conflito.

A propósito do conceito de aproveitamento da mesma plataforma e racionalização de peças reposição o corpo de engenheiros da Dodge Motors desenvolveu uma versão destinada a missão de “Carro de Comando". Após aprovação governamental os modelos agora designados “WC-56” e “WC-57” começaram a ser produzidas em 1942, e tinham por missão básica o reconhecimento em campo de batalha e o transporte de oficiais de alta patente no campo de batalha em terrenos adversos. Estas duas versões podiam ser equipadas com um guincho modelo G502 para 2.268kg, instalado no para choque frontal. Podiam ainda ser equipados com sistema de rádio de 12 volts idêntico ao operado pelo modelo WC-58.
Apesar de não ser tão popular entre as tropas quando o Grand Jeep Willis ( pois era mais pesado e menos manobrável que este concorrente ) , os modelos WC-56 e WC-57 participaram de inúmeros momentos históricos no conflito, transportando generais de renome como George Patton ou Dwight D. Eisenhower . Ato todo foram construídos até 1945, um total de 21.156 unidades do modelo WC-56 e 6.010 unidades do modelo WC-56. Logo após a Guerra da Coreia, começaram a ser substituídos nas forças armadas americanas por veículos de uma nova geração.

Emprego no Brasil. 

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil passou a ter uma posição estratégica tanto no fornecimento de matérias primas quanto no estabelecimento de pontos bases aéreas e portos na região nordeste destinados ao envio de tropas, suprimentos e armas para os teatros de operações europeu e norte africano. Porém naquele período as forças armadas brasileiras ainda signatárias da doutrina militar francesa estavam equipadas com equipamentos obsoletos oriundos da Primeira Guerra Mundial, e se fazia necessário proceder uma ampla modernização de seus meios e doutrinas, esta necessidade começaria a ser sanada com a adesão do Brasil  aos termos do Leand & Lease Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), proporcionando ao pais acesso a modernos armamentos, aeronaves, veículos blindados e carros de combate.

A partir de fins e 1941 começaram a ser recebidos no Brasil os lotes de veículos militares destinados as forças armadas brasileiras, em fins de 1942 chegaram as  primeiras unidades dos modelos Dodge 4X4 WC-56 e WC-57 Command Car, nos termos do  Leand & Lease Act. O advento do inicio do emprego deste carros no pais, trouxeram grande avanço na doutrina operacional não só pela modernidade mas também pela alta disponibilidade pois foram recebidos inicialmente mais de 100 unidades, pois até então o veículos existentes de categoria simular empregados como Carro Comando era os antigos e poucos 4X4 Vidal & Sohn Tempo G1200 de procedência alemã que foram recebidos em 1938.
Com a definição do envio de tropas brasileiras ao teatro de operações Europeu em 1944, ficou definido que a Força Expedicionária Brasileira (FEB) seria equipada com os mesmos veículos em uso pelos exércitos aliados, sendo quase que a sua totalidade de origem norte americana. Desta maneira entre os equipamentos, armas  e veículos recebidos na Itália , se encontravam dez unidades dos Dodge WC-56 e WC-57 (infelizmente não existe documentação sobre a quantidade recebida entre esta versões). Os mesmos foram empregados durante toda a campanha, servindo de carro comando para  transporte de oficiais de alta patente FEB no campo de batalha, neste teatro receberiam  das tropas o apelido de Jipão ( aplicado também neste cenários para os modelos WC-51).

O término da Segunda Guerra Mundial determinou a volta das tropas da FEB para o Brasil, e todo seu material militar foi remetido ao Brasil, incluindo os dez WC-56 e WC-57, nos anos seguintes mais unidades dois modelos foram recebidos pelo Exército Brasileiro, elevando para o total de 223 carros adquiridos, que gradativamente seriam distribuídos  a diversas unidades primariamente em sua função original de carro comando e depois com o passar do ano foram relegados a serviços de transporte em detrimento a aquisição de veículos mais novos e adequados ao transporte de oficiais do Exercito Brasileiro.
As unidades remanescentes das 223 originalmente recebidos permaneceram em uso até meados da década de 1980, sendo substituídos por veículos similares de produção nacional, apenas algumas raras unidades continuam preservadas junto aos batalhões ou comandos militares como veículos cerimoniais operacionais, um grande numero também foi adquirido e restaurado por entusiastas militares estando sempre presentes em encontros de carros antigos e datas comemorativas.

Ambulâncias Dodge no Brasil



História e Desenvolvimento. 

Fundada em 1914 a Dodge Motors Company, iniciou a produção de utilitários leves no mesmo ano, sendo os mesmos baseados nas plataformas dos veículos comercias de passageiros, existentes até então, se tornando um sucesso, ajudando assim na expansão da empresa nos anos seguintes. No início da década de 1930 a Dodge Motors começou o projeto e a produção de seus primeiros protótipos de caminhões militares dedicados, em 1939 nascia o modelo de meia tonelada 4X4 denominada série VC. A produção em série em larga escala teve início em fins de 1940, visando assim atender a demanda das forças armadas americanas empenhadas em um amplo processo de reequipamento, este processo levou a alteração na designação do veículo, que passou a ser WC , sendo a letra “ W “ para representar o ano do início da produção ( 1941 ) e C para classificação de meia tonelada, sendo que  código C, posteriormente foi mantido para a tonelada ¾ e 1 ½ tonelada 6×6.

A versatilidade desta família, motivou o desenvolvimento de inúmeras versões, entre ela a ambulância, que tinha por finalidade substituir as modelos WC-9, WC-18 e WC-27 que até então dotavam as unidades medidas das forças armadas americanas, além de se substituir estas modelos por uma versão mais nova o principal objetivo era o de padronizar a frota unificando a linha de suprimentos de peças de reposição.

Apesar de compartilhar a mesma plataforma, a versão WC-54 sofreu algumas alterações no projeto original entre elas uma cabine frontal em chapa fechada desenvolvida pela empresa Wayne Body Works, um maior espaçamento entre os eixos e suspensão redesenhada, para assim suavizar seu deslocamento em campo, em virtude do transporte de feridos e enfermos, foi ainda equipado com um sistema de aquecimento e podia transportar até sete pacientes deitados em  macas dobráveis internamente, recebeu ainda uma plataforma dobrável na traseira para facilitar o acesso de pacientes e médicos . As primeiras entregas tiveram início em 1942, sendo distribuídas a unidades dispostas em território americano e nos diversos fronts de batalha, este modelo foi ainda fornecido em larga escala para países aliados através dos termos do Leand  & Lease Act (Lei de Empréstimos e Arrendamentos), sua produção foi encerrada em meados de 1945, tendo o modelo atingido a cifra de 22.857 unidades. Em seu pais de origem o modelo começou a ser substituído após o término da Guerra da Coreia por veículos mais novos equipados com uma suíte medica mais eficiente, porém ao redor do mundo os WC-54 estiveram em uso até meados da década de 1980.

Emprego no Brasil. 

As primeiras unidades do modelo Dodge WC-54 Ambulância, começaram a ser recebidas no Brasil a partir de meados do ano de 1942, prevendo o recebimento de 149 unidades novas de fábricas através da celebração de contratos com o governo americano nos termos do Leand & Lease Act. A Força Expedicionária Brasileira (FEB), que lutou no teatro de operações da Itália na Segunda Guerra Mundial, em 1944/45, recebeu diretamente no front Italiano 30 unidades que foram empregadas pelo Batalhão de Saúde, que em operação ajudaram a salvar a vida de muitos combatentes brasileiros, transportando-os desde a frente de batalha até os hospitais na retaguarda.

Sua identificação era muito fácil e visível a grande distância, pois ela possuía uma grande cruz vermelha sobre fundo branco nas laterais, teto e traseira, além de duas pequenas acima do para-brisa, tendo no centro a inscrição em branco “Ambulance”. Algumas chegaram a ter o emblema pintado na grade frontal. A versão brasileira tinha, além destas marcações, o Cruzeiro do Sul dentro de um círculo branco nas laterais da porta e marcações no pára-choque dianteiro, onde à direita estava a palavra FEB, seguida do número 710 ou 310(número de todos os veículos do Batalhão de Saúde), mais letra K (Destacamento de Comando). Podia ter também as letras A, B e C (1ª, 2ª e 3ª Cia de Evacuação, respectivamente) ou ainda a letra D (Cia de Tratamento), seguido de um pequeno emblema do cruzeiro do sul e o número do veículo (1 a 30), nas laterais, no alto, atrás das portas dianteiras e no lado direito da porta traseira, no alto. Os operadores destas ambulâncias não levavam uma vida muito tranquila, visto que algumas chegaram a ser alvejadas por rajadas de metralhadoras, além de terem que trafegar por estradas estreitas, às vezes lamacentas, o que exigia o uso de correntes nos pneus, e com grandes penhascos, onde qualquer erro poderia ser fatal. Foram ainda empregadas pela Força Aérea Brasileira junto as equipagens do 1º Grupo de Aviação de Caça “Senta a Pua” e portavam marcações da FAB e do 350th Fighter Group.

Após o fim da guerra, todas as unidades vieram para o Brasil e foram incorporadas ao Exército Brasileiro, sendo distribuídas a diversas unidades espalhadas pelo território nacional, especula-se que mais veículos foram recebidos em fins da década de 1940, mas não encontramos registros oficiais que comprovem estas informações com datas e quantidades. Os WC-54 Ambulância foram empregados pelo EB até fins da década de 1970, quando as últimas unidades foram retiradas do serviço ativo, sendo substituídas por modelos de fabricação nacional.

Chevrolet Veraneio Militar

História e Desenvolvimento. 


A segunda geração de picapes e caminhões da Chevrolet, chegou as revendas em 1964, quando a General Motors do Brasil apresentou uma linha totalmente renovada, compreendendo as picapes C-14 de chassis curto, com 2,92 metros entre eixos, e a longa C-15 de 3,23 metros, além do caminhão C-65. Apresentada no Salão do Automóvel daquele ano com o código C-1416, era derivada da linha de picapes Chevrolet C14, que substituiu, em março de 64, a série Brasil 3100 dos anos 50, o primeiro veículo sem ser caminhão fabricado pela General Motors no país, graças ao incentivo do GEIA (Grupo Executivo da Indústria Automobilística) do governo Juscelino Kubitschek.

A C-1416 era radicalmente diferente. Para começar, tinha quatro portas, numa época em que perua no Brasil só tinha duas, com exceção da Simca Jangada. E ainda abriu caminho para as SUVs de hoje. As linhas eram retas e abusavam de vincos no capô, na lateral e na traseira inclinada. Quinas arredondadas só no para-brisa e no recorte das duas primeiras janelas laterais. O teto também era mais baixo. Parecia compacta, mas tinha 5,16m de comprimento, 1,97m de largura e 1,73m de altura. O motor da C-1416 era o mesmo dos caminhões, da picape e também da Amazona, um seis cilindros em linha, 4.3 litros (2.478 cm³ ou 261 polegadas) com 142 cavalos de potência bruta. O câmbio era manual de apenas três marchas, com alavanca na coluna de direção. Uma evolução era a sincronização da primeira marcha. Outra novidade era a suspensão dianteira independente e molas helicoidais nos dois eixos. Isso garantia um comportamento de carro de passeio, com extrema suavidade, e uma grande melhora na estabilidade. Fora da estrada, na falta de tração integral, como nas rivais Toyota Bandeirante e Rural Willys, havia a "tração positiva", opcional que nada mais era que o bloqueio de diferencial.
Em 1966, a General Motors lançou uma versão especialmente preparada para ambulância com base na C-1416, e passou a receber a designação de C-1410, sendo equipada com uma maca de 1,98 x 0,58 metros, suporte para cilindro de oxigênio, divisória integral, armário para medicamentos e banco para assistente no interior, possuía ainda sistema de sirene com luz intermitente no teto e vidros traseiros translúcidos 

Em 1969, surgiu, enfim, o nome Veraneio para a perua C-1416. Ganhou também um face-lift que manteve os dois pares de faróis, mas suavizou a grade, com frisos finos cromados e sem a assinatura Chevrolet. O interior sofreu poucas alterações, apenas ganhando acabamento mais simples e novo quadro de instrumentos, agora circulares. Depois que passou a se chamar Veraneio, a GM tentou fazer jus ao nome, oferecendo a versão luxo, a partir de 1971, com teto de pintura diferente e calotas cromadas. Já para atender aos trabalhadores, meses depois, disponibilizou a básica Econômica, com grade de plástico.
A partir de 1985, duas décadas depois de seu lançamento, a geração anterior de maior longevidade da Chevrolet chegava ao fim, substituída pelas novas picapes da série 10 e 20, cuja base estava na gama de camionetes das séries C e K norte americanas da safra de 1983, porém customizadas para o mercado brasileiro. A produção desta nova linha se manteve até meados da década de 1990, quando a crise econômica motivou a queda na demanda por grandes utilitários, ao todo foram produzidas quase 70.000 unidades, sendo que destas 12.054 eram da versão ambulância.

Emprego no Brasil. 

O lançamento da família GM C-1416 e C-1410 Veraneio em meados da década de 1960, veio a preencher uma lacuna no que tange a veículos utilitários de grande porte para o Exército Brasileiro para emprego urbano, pois apesar de já dispor de camionetes deste mesmo fabricante e veículos Rural Willys , o mesmo tinha a necessidade de melhorar sua frota neste aspecto. O modelo C-1416 foi adotado inicialmente pelas policias militares dos estados, onde ganharam o apelido popular de Camburão, muito influenciada pelo bom desempenho desta versão o Ministério do Exército Brasileiro optou pela adoção das primeiras unidades a partir de 1966.

Logo que recebidos os primeiros C-1416 foram distribuídas as diversas unidades do exército espalhadas pelo território brasileira, basicamente os modelos “militarizados” possuíam poucas diferenças com a versão civil do utilitário, e seu bom desempenho logo conquistou os motoristas, em seguida foram celebrados novos contratos não só para o fornecimento de mais unidades, bem como a adoção da versão utilizada pelas policias militares que dispensava o porta malas para a instalação de um habitáculo para transporte de presos, eliminado também as duas últimas janelas de vidro, sendo substituídas por placas de ferro reforçado com orifícios para ventilação, a totalidade das unidades encomendadas nesta configuração foi destinada aos grupamentos da Policia do Exército (P.E).
A próxima versão a ser adquirida em 1966 foi a C-1410 para o emprego como carro ambulância, pois até a presente data o Exército Brasileiros estava equipado ainda com algumas poucas unidades dos Dodge WC-51 e dos novos Rural Willys, porém eram veículos projetados para o uso off road e não indicado para emprego urbano, a exemplo das duas versões anteriores os veículos adquiridos pelo exército em nada diferiam das versões civis de ambulância, recebendo apenas a cor padrão verde oliva com as marcações de socorro.
A partir de 1986 começaram a ser recebidas as novas unidades da versão das séries 10 e 20 o que determinou a gradativa retiradas das primeiras unidades recebidas há 20 anos, este processo perdurou até fins da década de 1980, sendo os veículos remanescentes leiloados juntamente com outros modelos desativados.

C-10 & C-15 Chevrolet - Engesa

História e Desenvolvimento. 


A segunda geração de picapes e caminhões da Chevrolet, chegou as revendas em 1964, quando a General Motors do Brasil apresentou uma linha totalmente renovada, compreendendo as picapes C-14 de chassis curto, com 2,92 metros entre eixos, e a longa C-15 de 3,23 metros, além do caminhão C-65. Apresentada no Salão do Automóvel daquele ano com o código C-1416, era derivada da linha de picapes Chevrolet C14, que substituiu, em março de 64, a série Brasil 3100 dos anos 50, o primeiro veículo sem ser caminhão fabricado pela General Motors no país, graças ao incentivo do GEIA (Grupo Executivo da Indústria Automobilística) do governo Juscelino Kubitschek.

A C-1416 foi lançada juntamente com as novas C-14 e C-15. Era uma picape de cabine dupla e duas portas apenas. Entretanto, a versão mais conhecida é a perua, que em 1970 ganhou o nome de Veraneio, quando a frente foi reestilizada, com uma nova grade frontal e apenas dois faróis. A cabine dupla tinha uma capacidade de carga de 750Kg, e a perua 500Kg, em virtude do câmbio de 3 marchas. Poucas unidades da versão de cabine dupla foram produzidas nessa época. Somente no início da década de 80, com a moda das picapes de luxo, as cabines duplas tiveram aumento de procura.
Desde o seu lançamento, em 1964, até 1981, o motor principal era o 261 pol3 (4300cc) de 5 mancais, também conhecido como "Chevrolet Brasil", pois era utilizado no caminhão Chevrolet de mesmo nome. Foi o primeiro motor fabricado pela GM no Brasil e equipava a picape brasileira 3100, a "Marta Rocha", assim como a perua Amazonas. Como o seu antecessor, o importado 3100, tinha seis cilindros em linha, comando de válvulas no bloco e válvulas no cabeçote acionado por varetas. Mesmo com o motor 250 (4100cc) sendo fabricado durante a década de 70, o 261 continuou a ser utilizado, em virtude do maior torque (32 kgfm contra 27 kgfm). Essas picapes vinham com o câmbio de 3 (M-14, mais popular) ou 4 marchas (M-20, mais raro), com diferencial de 3,9:1 e uma capacidade de carga útil de cerca de 750 Kg

Em 1974, face a pressão mercadológica oferecida pela nova Ford F-100, a General Motors iniciou um processo de reestilização, que tinha como marca principal uma nova grade e novos faróis, recebendo agora uma nova motorização, a C-10 chegou a ser oferecida nas opções com ou sem caçamba, cabine dupla (duas portas e capacidade para seis ocupantes). A GM foi líder entre as picapes grandes por muito tempo graças às C-10, que chegaram a ser oferecidas em várias opções de motores. Entre eles o Chevrolet Brasil de 4300 cm3 (261 pol3) e o 2500 cm3 de quatro cilindros do Opala, além do Diesel Perkins de 3,9 litros lançado no fim dos anos 70.
A C-10 sofreu os efeitos da crise do petróleo. O alto consumo dos motores a gasolina fez com que perdessem mercado para os diesel. Mesmo tendo ganhado capacidade para 1 tonelada, freios a disco na frente e câmbio M-16 de quatro marchas, os diesel correspondiam a 70% das vendas, seguidas pelas versões a álcool (26%) e a gasolina (4%), decretando de vez o fim da Chevrolet C-10, em 1981.

Emprego no Brasil. 

O lançamento da linha C-10 para o mercado civil no ano de 1974, foi seguido com a aquisição de lotes de unidades para o Exército Brasileiro e para a Marinha do Brasil, sendo neste caso para o emprego das unidades do Corpo de Fuzileiros Navais, tratavam-se do mesmo modelo civil, não recebendo nenhuma modificação, sendo empregas em missões de transporte de carga e pessoal.

Paralelamente a pedido do Comando do Exército Brasileiro, a empresa Engesa (Engenheiros Especializados S/A), passou a estudar uma modificação do projeto original da picape Chevrolet C-10, visando assim conferir ao modelo o perfi de emprego militar em um ambiente fora de estrada. Trabalhando sobre a plataforma original do veículo, a equipe de projetos partiu para o redesenho da suspensão, visando assim reforçar a mesma para evitar quebra ou fadiga em situações extremas, aliando ainda a tração 4X4 militarizada desenvolvida pela empresa, este sistema de tração logo chamou a atenção da equipe de projetos de General Motors, que mais tarde viria a homologar ete kit 4X4 para uso em seus produtos. 
O protótipo final apresentado em 1975 para o Exército Brasileiro apresentava um veículo muito semelhante aos grandes jipes utilitários americanos como o Kaiser Jeep M715, dispunha de para-choque frontais e traseiros reforçados, com grade de proteção para os faróis, caçamba com piso reforçado, sistema elétrico de 24 volts, cabine aberta com cobertura de lona e para-brisa basculante. Neste período especifico, havia a latente necessidade de renovação da frota dos veículos VTNE (Viatura de Transporte Não Especializado), que até então era composta pelos obsoletos carros americanos Dodge WC e M37, que atuavam nas fileiras do Exército Brasileiro em missões de carga, transporte de tropas, ambulância ou telecomunicações.

As primeiras unidades começaram a ser entregue nos mesmo ano, sendo algumas preparadas para o emprego de morteiros de 81 e 60 mm, sendo distribuídas aos Batalhões de Infantaria Blindada e Infantaria leve, onde substituíram a contento os velhos carros americanos, salientando ainda que tal aquisição contribuía não só para a melhora e simplificação da linha de suprimentos logística (em face da operação de outros veículos da General Motors do Brasil, como também para o fortalecimento da indústria nacional.
O êxito da operação deste modelo no Exército e no Corpo de Fuzileiros Navais, motivou o desenvolvimento de uma novo veículo dedicado, que viria a surgir em 1981 através da parceria entre a Engesa e a Envemo, o novo modelo batizado EE-34, era baseado no projeto e plataforma dos Chevrolet C-10/C-15, novamente o conceito foi validado pelo comando do Exército brasileiro mediante a aprovação de dois contratos de produção, sendo um deles com a Envemo entre 1981 a 1985 com a entrega de 472 unidades e o outro com a Engesa entre 1983 a 1985 para a produção de 386 unidades que viriam a complementar os C-15 em uso. A Policia Militar do Estado de São Paulo passaria a empregar o modelo principalmente para o transporte dos efetivos da Tropa de Choque do Batalhão Tobias de Aguiar (ROTA).Os três modelos começariam a ser substituídos a partir de meados da década de 1990 com a aquisição dos novos PX Montez, Toyota Bandeirante e Land Rover Defender.

Volkswagen Kombi Modelo 261

História e Desenvolvimento. 


O conceito por trás da Kombi  ou Kombinationsfahrzeug  que significa "veículo combinado" em alemão, surgiu no final dos anos 1940, sendo fruto da ideia  do importador holandês Ben Pon, que anotou em sua agenda desenhos de um tipo de veículo inédito até então, baseando-se em uma perua feita sobre o chassi do Fusca. Os primeiros protótipos tinham aerodinâmica terrível, porém retrabalhos na Faculdade Técnica de Braunschweig deram ao carro, apesar de sua forma pouco convencional, uma aerodinâmica melhor que a dos protótipos iniciais com frente reta. Testes então se sucederam com a nova carroceria montada diretamente sobre a plataforma do Fusca, porém, devido a fragilidade do carro resultante, uma nova base foi desenhada para o utilitário, baseada no conceito de chassi monobloco. Finalmente, após três anos passados desde o primeiro desenho, o carro ganhava as ruas em 8 de março de 1950.

Sua construção robusta monobloco (sem chassi), suspensão independente com barras de torção, além da excêntrica posição do motorista no carro (sentado sobre o eixo dianteiro e com a coluna de direção praticamente vertical), o tornavam um veículo simples e robusto, de baixo custo de manutenção. Sua motorização é um caso a parte: embora os modelos recentes possuam motores mais modernos, durante 50 anos o motor que equipou o veículo no Brasil foi o tradicional "boxer" com refrigeração a ar, simples e muito resistente. Tal durabilidade geralmente superava em muito a do resto do carro, sendo comum nas ruas brasileiras ver carros totalmente destroçados, porém com o motor rodando perfeitamente. A despeito disso, a Kombi é um veículo que, se empregado dentro das especificações padrão, pode operar por um longo período.
O veículo chegou ao Brasil no ano de 1950 através de uma importação realizada grupo Brasmotor (proprietário da marca Brastemp), a grade aceitação do modelo pelo mercado civil levou a empresa a realizar a montagem do veículo do pais, recebendo os kits no "sistema CKD", "Completely Knocked Down e montando os manualmente em suas instalações a a partir do ano de 1953. 

Em seu processo mundial de expansão a Volkswagen inaugura sua primeira unidade fabril no Brasil, na cidade de São Bernardo do Campo - SP passando a produzir a Kombi com um índice de nacionalização de 50%, sendo este o primeiro modelo fabricado pela montadora no pais e também e o que esteve por mais tempo em produção. Durante a década seguinte o modelo seguiu obtendo excelentes resultados e vendas, recebendo também uma série de melhorias em itens de conforto, elétrica e mecânica. 

Na Europa (e na maior parte do mundo) a Kombi (conhecida como "Transporter", "Type 2", "Kombi" ou mesmo "Combi") foi produzida em sua forma tradicional até final dos anos 1970, quando deu lugar a um utilitário de tração dianteira e motor refrigerado a água, que chegou a ser importado para o Brasil sob os nomes "Eurovan" e "Transporter". Curiosamente, foi o único modelo derivado do Fusca a evoluir além do motor boxer refrigerado a ar (isso excluindo o VW Gol, que possuía apenas o motor em comum). No Brasil A carroceria se manteve basicamente a mesma do modelo original, sendo que a versão vendida entre 1976 e 1996 era uma amálgama entre as "gerações" 1 e 2 da Kombi alemã, única no mundo (como basicamente toda a linha "a ar" da Volkswagen do Brasil). A versão pós 97 na verdade é praticamente o mesmo modelo produzido na Alemanha entre 1972 e 1979 (T2b, Clipper), com porta lateral corrediça, tampa do porta malas mais larga, redução do número de janelas laterais para três em cada lado, além de teto mais elevado, única alteração verdadeiramente "original" feita nessa ocasião.
Em dezembro de 2005 ocorreu a mais recente modificação implementada pela marca, com adoção de motorização refrigerada a água e painel semelhante aos automóveis "de entrada" da marca (Gol e Fox). A mudança de motorização, para se adequar aos novos padrões brasileiros de emissões, selou, de forma discreta, o fim do motor boxer refrigerado a ar no Brasil. Embora altamente popular, a obrigatoriedade de ABS e air-bags a partir de 01 de janeiro de 2014, fez com que o modelo saísse de linha, ao todo foram entregues mais de 1,5 milhão de unidades em 56 anos  de produção.

Emprego no Brasil. 

Em fins da década de 1950 o Exército Brasileiro dispunha em suas fileiras um elevado número de veículos leves de transporte de origem norte americana, frutos dos fornecimentos nos termos do acordo Leand & Lease Act em meados da década passada, no entanto os índices de disponibilidade estavam abaixo do ideal, devido à dificuldade do suprimento de peças de reposição, neste cenário o comando do exército optou pela aquisição de veículos leves da Volkswagen do modelo Kombi a partir do ano de 1961, sendo esta aquisição seguida também pela Mainha Brasileira e Força Aérea Brasileira.
As primeiras unidades fornecidas foram da versão furgão para emprego em missões de transporte de pessoal e carga leve , em 1963 a Volkswagen introduziu a versão pick-up da Kombi, equipada com carroceria de aço que passaria a ser dotada com um motor mais potente o VW 1500 cm3 (52cv a 4600 rpm), este novo modelo logo chamou a atenção das três forças armadas que passaram a encomendar sucessivos lotes para o emprego em suas unidades operacionais espalhadas por todo o pais, com principal tarefa de transporte leve de carga.

Neste mesmo período o Exército Brasileiro estava envolvido ativamente nos esforços das Nações Unidas para a manutenção de estado de paz entre israelenses e árabes na região do canal de Suez, as tropas brasileiras estavam localizadas no deserto do Sinai, e se fez necessário além do envio do contingente de pessoal, o envio de veículos de transporte, incialmente foram enviados dezenas de caminhões FNM D-11000, Jeeps e M-3 Scout Car , porém havia a necessidade de veículos de pequeno porte, e neste cenário a VW Kombi se mostrou o veículo leve ideal, pois seu sistema de refrigeração a ar garantia emprego constante, não se enquadrando nas limitações impostas aos veículos leves refrigerados à água, que sempre super aqueciam nas estradas devido ao calor.

Os Veículos foram enviados via marítima já portando a pintura padrão das forças de paz da UNEF - United Nations Emergency Force, onde estiveram a disposição do Batalhão Suez até fins de 1967, executando tarefas de transporte de suprimentos entre os postos avançados espalhados pelo deserto. Durante as décadas seguintes as três forças continuaram a adquirir as novas versões do modelo, estando em uso até a atualidade, devendo se manter em operação até pelo menos o ano de 2025.